Em negociação com Abilio, Carrefour nega plano hostil sobre Casino

05/07/2011 08:34

    O Carrefour negou nesta terça-feira ter qualquer plano hostil com relação ao rival Casino. Os grupos travam uma batalha em torno das operações de varejo no Brasil.
    "O Carrefour não tem intenções hostis ante o Casino. A Gama submeteu sua proposta simultaneamente para o Carrefour e para o Pão de Açúcar e a transação proposta está sujeita à aprovação do Pão de Açúcar", afirmou o Carrefour em comunicado.
    Na segunda-feira, o conselho do Carrefour aprovou o plano de união de suas operações brasileiras com o Pão de Açúcar, empresa em que o Casino participa do grupo de controle.

    A aprovação fez o Casino alertar o Carrefour que a fusão não poderá seguir adiante sem sua aprovação.
    Separadamente, o grupo europeu de direitos de acionistas Deminor enviou carta ao presidente-executivo do Carrefour, Lars Olofsson, e para o órgão regulador do mercado acionário francês AMF para reclamar que o Carrefour não informou os mercados financeiros e os acionistas do Carrefour, na reunião anual de 21 de junho, de que estava em negociações com o grupo do empresário Abilio Diniz.

BNDES
    O presidente do Casino, Jean Charles Naouri, se reuniu na noite de segunda-feira (4) com Luciano Coutinho, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para reforçar sua posição contrária à fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour.
    Naouri quer que o BNDES desista de financiar a operação. O BNDES, que a princípio estava apoiando as negociações, afirmou que só vai financiar a fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour se houver acordos amigáveis entre as partes. O banco disse que pode investir até R$ 4,5 bilhões no negócio.
    Naouri reclamou que ainda não recebeu a proposta oficial de fusão entre os dois grupos, mais de uma semana após o anúncio oficial da operação.
    Para que a documentação seja apresentada, é necessário que seja convocada uma reunião da Wilkes, a holding que controla a varejista brasileira e cujo capital é dividido entre o Casino e a família Diniz. O Casino possui 43,1% das ações do Wilkes.

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