BOLSA DE VALORES - Para não sofrer no vaivém, defina limites

05/07/2011 08:45

     Os investidores precisam estar atentos às fortes oscilações das ações na bolsa de valores em um curto período de tempo, sejam elas baseadas em boatos ou em fatos concretos. Especialistas ensinam que, nessas ocasiões, é fundamental que o investidor estipule seus próprios limites de lucro ou prejuízo na bolsa, de forma a evitar perdas maiores que as suportáveis ou garantir um mínimo de lucratividade. A dica se aplica principalmente a quem pensa no curto prazo, mas também pode ajudar os chamados investidores de longo prazo.
    Na semana passada, após o anúncio da fusão entre o Carrefour e o Pão de Açúcar, a ação preferencial do Pão de Açúcar chegou a subir 12% em uma sessão, mas no dia seguinte teve queda de 3%. Algo semelhante ocorreu com as ações da Positivo Informática: no dia 9 de dezembro de 2008, após rumores (não confirmados) de que a empresa paranaense seria comprada pela chinesa Lenovo, os papéis, que iniciaram o dia em R$ 6,05, chegaram a R$ 12,72 e fecharam em R$ 8,23 – uma valorização de 36%.
    Para o professor de Economia Breno Lemos, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o investidor precisa definir em sua estratégia qual será o limite máximo aceitável de perda ou ganho (“stop-in” e “stop-out”). “Ele precisa estar ligado em todas as informações e saber diferenciar especulação de outros movimentos. O principal é saber o seu momento de ‘stop’. Cada um deve saber qual é o seu ponto de limite. Assim como ele pode ganhar muito, ele pode perder muito caso não saiba a hora de parar”, argumenta.
    Lemos dá um exemplo de como agir em relação ao stop: um investidor pode definir que o limite máximo de perda durante uma semana é de R$ 200 e o de ganho, de R$ 1 mil. Ao atingir tais marcas, ele se desfaz das ações, embolsando o lucro ou limitando o prejuízo – e, assim, afasta a angústia de esperar o mercado tomar a direção que ele deseja. “É preciso saber o quanto se aceita perder e quanto se quer ganhar”, afirma.
    Pelo fato de o “stop” ser uma estratégia individual, é difícil definir o momento ideal de comprar ou vender uma ação. Entretanto, é preciso ficar atento a sinais de valorização ou queda para obter melhores resultados. “Quem quer embolsar lucros imediatos tem de vender as ações. A questão é que, assim como o preço sobe rapidamente num dia, pode cair com a mesma velocidade no dia seguinte. O investidor que quer esse lucro durante essa movimentação não pode deixar para entrar depois do pico, porque depois isso a festa começa a acabar”, ensina Mario Almeida, autor do blog eucuidodomeudinheiro.com.
    Ficar atento ao sobe-e-desce diário da bolsa de valores, porém, é uma atitude para os investidores de curto prazo, que pretendem ter os maiores ganhos em ações certas. Os investidores que almejam ter ganhos no longo prazo não precisam se preocupar tanto com as variações do dia-a-dia, segundo os especialistas. Mais importante é saber o que o fenômeno por trás da variação significa – se uma empresa sofrer perdas consecutivas e der indícios de que enfrenta sérias dificuldades, pode ser a hora de largá-la antes que as coisas piorem.
Emoção
    Embora seja difícil até para investidores mais conservadores conseguir controlar a ansiedade ao ver nos noticiários que as ações de determinada empresa estão se movimentando bruscamente, Breno Lemos frisa que estabelecer objetivos é fundamental para fugir dessa aflição. “E o principal: deixar de lado o fator emocional. Ele é péssimo para as operações na bolsa”, recomenda. Ou seja: para quem não consegue manter a racionalidade nesses momentos, o ideal mesmo é ficar longe do mercado de ações.
    A busca constante pela informação sobre a empresa e o mercado em que ela atua é fundamental, ressalta o analista de investimentos Eduardo Dias, da Omar Camargo Corretora de Valores. “Investimento na bolsa sempre traz risco, mas quem compra ações com fundamentação técnica e se orienta com profissionais do mercado fica menos vulnerável às oscilações”, diz.
Confira o desempenho das ações preferenciais do Pão de Açúcar

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